terça-feira, 23 de junho de 2009

Alimentação para Atletas

A prática de atividades esportivas proporciona benefícios à composição corporal, à saúde e à qualidade de vida. No entanto, o esporte competitivo nem sempre representa sinônimo de equilíbrio no organismo.
As alterações fisiológicas e os desgastes nutricionais gerados pelo esforço físico podem conduzir o atleta ao limiar da saúde e da doença, se não houver a compensação adequada desses eventos.


Recomendações Nutricionais

O estabelecimento de recomendações nutricionais específicas para atletas representa a disponibilização de um importante instrumento teórico para o planejamento dietético destinado a esta população.
A adequação do consumo energético e nutricional é essencial para a manutenção da performance, da composição corporal e da saúde desses indivíduos.
A baixa ingestão de energia pode resultar em fornecimento insuficiente de importantes nutrientes relacionados ao metabolismo energético, à reparação tecidual, ao sistema antioxidante e à resposta imunológica.
As recomendações de energia, macronutrientes e hidratação para atletas já estão bem definidas, porém, pouco se conhece sobre as necessidades de vitaminas e minerais. Contudo, existe um consenso de que as necessidades de micronutrientes para a maioria desses indivíduos podem ser atendidas por uma dieta variada e equilibrada.


Energia

Vários estudos demonstram baixa ingestão calórica e desequilíbrio nutricional nas dietas de atletas profissionais e/ou amadores. Apesar da comprovada eficiência do carboidrato na recuperação do glicogênio muscular, atletas ainda demonstram resistência no consumo deste nutriente.
A alimentação adequada em termos de oferta de carboidratos contribui para a manutenção do peso corporal e a adequada composição corporal, maximizando os resultados do treinamento e contribuindo para a manutenção da saúde.
Quando se deseja a modificação da composição corporal à custa de redução da massa gorda, em geral, se propõe a redução da ingestão calórica com a escolha de alimentos de baixa densidade energética, pobres em gordura. Mas a redução drástica da gordura dietética pode não garantir a redução de gordura corporal e ocasionar perdas musculares importantes por falta de nutrientes importantes na recuperação após o exercício físico, como as vitaminas lipossolúveis e proteínas.
A necessidade calórica dietética é influenciada pela hereditariedade, sexo, idade, peso corporal, composição corporal, condicionamento físico e fase de treinamento. Devem ser levadas em consideração a freqüência, intensidade e duração das sessões de exercícios físicos.
As necessidades nutricionais se situam entre 37 a 41kcal/kg/peso/dia. Dependendo dos objetivos, a taxa calórica pode apresentar variações mais amplas, com o teor calórico da dieta situando-se entre 30 e 50kcal/kg/dia.

Carboidratos

O consumo apropriado de carboidrato é fundamental para a otimização dos estoques iniciais de glicogênio muscular, a manutenção dos níveis de glicose sanguínea durante o exercício e a adequada reposição das reservas de glicogênio na fase de recuperação.
Existem evidências de que o consumo de dieta rica em carboidrato, em período de treinamento intensivo, pode favorecer não somente o desempenho como o estado de humor do atleta.
A recomendação do fracionamento da dieta em três a cinco refeições diárias deve considerar o tempo de digestão necessária para a refeição pré-treino ou prova.
Sugere-se escolher uma preparação com consistência leve ou líquida, com adequação na quantidade de carboidratos. Assim, a refeição que antecede os treinos deve ser suficiente na quantidade de líquidos para manter hidratação, pobre em gorduras e fibras para facilitar o esvaziamento gástrico, rica em carboidratos para manter a glicemia e maximizar os estoques de glicogênio, moderada na quantidade de proteína e deve fazer parte do hábito alimentar do atleta.
Estima-se que a ingestão de carboidratos correspondente a 60 a 70% do aporte calórico diário atende à demanda de um treinamento esportivo. Para otimizar a recuperação muscular recomenda-se que o consumo de carboidratos esteja entre 5 e 8g/kg de peso/dia.
Em atividades de longa duração e/ou treinos intensos há necessidade de até 10g/kg de peso/dia para a adequada recuperação do glicogênio muscular e/ou aumento da massa muscular.
A quantidade de glicogênio consumida depende, naturalmente, da duração do exercício. Para provas longas, os atletas devem consumir entre 7 e 8g/kg de peso ou 30 a 60g de carboidrato, para cada hora de exercício, o que evita hipoglicemia, depleção de glicogênio e fadiga.
Freqüentemente os carboidratos consumidos fazem parte da composição de bebidas especialmente desenvolvidas para atletas.

Proteínas

Tem sido constatada uma maior necessidade de ingestão para aqueles indivíduos praticantes de exercícios físicos, pois as proteínas contribuem para o fornecimento de energia em exercícios de endurance, sendo, ainda, necessárias na síntese protéica muscular no pós-exercício. Para atletas de endurance, as proteínas têm um papel auxiliar no fornecimento de energia para a atividade, calculando-se ser de 1,2 a 1,6g/kg de peso a necessidade diária.
Para os atletas de força, a proteína tem papel importante no fornecimento de “matéria-prima” para a síntese de tecido, sendo de 1,4 a 1,8g/kg de peso as necessidades diárias.

Lipídios

Os lipídios participam de diversos processos celulares de especial importância para atletas, como o fornecimento de energia para os músculos em exercício.
Para os atletas, tem prevalecido a mesma recomendação nutricional destinada à população em geral, portanto, as mesmas proporções de ácidos graxos essenciais, que são: 10% de saturados, 10% de polinsaturados e 10% de monoinsaturados.
Não é interessante ingerir dietas muito pobres em gorduras por muito tempo. Quando houver a necessidade de dietas hipolipídicas, devem prevalecer as cotas, em relação ao aporte calórico total, menor do que 8% para as saturadas, maior que 8% para as monoinsaturadas e de 7 a 10% para as polinsaturadas. Em geral, os atletas consomem mais do que 30% do VCT em lipídios, com déficit na ingestão de carboidratos, que tendem a ser consumidos em proporções inferiores ao recomendável.

Vitaminas e Minerais

De um modo geral, os micronutrientes presentes em dietas balanceadas e diversificadas em alimentos, com aporte calórico suficiente para atender à demanda energética, são suficientes para as necessidades do desportista.
Os micronutrientes desempenham papel importante na produção de energia, síntese de hemoglobina, manutenção da saúde óssea, função imunológica e a proteção dos tecidos corporais em relação aos danos oxidativos.
São necessários na construção e manutenção dos tecidos musculares após os exercícios. Os treinos podem aumentar ou alterar a necessidade de vitaminas e minerais.
O estresse dos exercícios pode resultar numa adaptação bioquímica muscular que aumenta as necessidades nutricionais, com maior utilização e/ou perda de micronutrientes.
O ajuste das dietas, em termos de macronutrientes, as
maiores necessidades calóricas decorrentes das atividades
desportivas, proporcionam um concomitante ajuste no consumo dos micronutrientes.
Deste modo, o incremento na oferta de micronutrientes é proporcional ao aumento calórico da dieta, mantendo-se o equilíbrio ou balanço nutricional em níveis adequados.
Recomendações de reposição de líquidos
Devemos ingerir líquidos antes, durante e após o exercício. Para garantir que o indivíduo inicie o exercício bem hidratado, recomenda-se que ele beba cerca de 250 a 500ml de água duas horas antes do exercício. Durante o exercício recomenda-se iniciar a ingestão já nos primeiros 15 minutos e continuar bebendo a cada 15 a 20 minutos.
O volume a ser ingerido varia conforme as taxas de sudorese, na faixa de 500 a 2.000 ml/hora. Se a atividade durar mais de uma hora, ou se for intensa do tipo intermitente mesmo com menos de uma hora, devemos repor carboidrato na quantidade de 30 a 60g.
Após o exercício, deve-se continuar ingerindo líquidos para compensar as perdas adicionais de água pela urina e sudorese. Deve-se aproveitar para ingerir carboidratos, em média de 50g de glicose, nas primeiras duas horas após o exercício para que se promova a ressíntese do glicogênio muscular e o rápido armazenamento de glicogênio muscular e hepático.

Hábitos Alimentares

Diversos fatores inerentes à modalidade esportiva, tais como os esquemas de treinamento e as exigências relativas à imagem corporal, podem influenciar os hábitos alimentares do atleta.
O poder aquisitivo do atleta e os aspectos culturais podem constituir-se em importantes determinantes da qualidade e da quantidade dos alimentos consumidos.
A indústria de alimentos e suplementos nutricionais tem desenvolvido alimentos modificados com a promessa de melhorar a performance. De uma forma geral, utilizam apenas nutrientes cujas fontes são os alimentos consumidos na alimentação normal, mas grande parte dos atletas não acreditam que isso seja verdadeiro.
Pode-se afirmar que o atleta que deseja otimizar sua performance, antes de qualquer manipulação nutricional, precisa adotar um comportamento alimentar adequado ao seu esforço, em termos de quantidade e variedade, levando em consideração o que está estabelecido como alimentação saudável.
Para os indivíduos que praticam exercícios físicos sem maiores preocupações com performance, uma dieta balanceada, que atenda às recomendações dadas à população em geral, é suficiente para a manutenção da saúde e possibilitar bom desempenho físico.

Alimentação para Idosos

As projeções para 2020 demonstram uma população de 32 milhões de idosos no Brasil, o que chama a atenção para a necessidade de medidas que visem oferecer melhor qualidade de vida, e o aspecto nutricional é um dos pontos de maior importância para um envelhecimento saudável.
O envelhecimento é um processo contínuo que começa no momento da concepção e só termina com a morte. É um processo normal, associado a sucessivas perdas de funções decorrentes do declínio do ritmo biológico. Essas perdas estão diretamente ligadas à forma de se alimentar o idoso.
A manutenção de um estado nutricional adequado e a alimentação equilibrada estão associadas a um processo de envelhecimento saudável. O envelhecimento pode vir acompanhado de mudanças que podem alterar a ingestão de alimentos e consequentemente levar à deficiência de nutrientes e a quadros de desnutrição.
As mudanças fisiológicas relacionadas à idade, bem como as doenças crônico-degenerativas como diabetes, doença cardiovascular, osteoporose e alguns tipos de câncer, influenciam muito o estado nutricional destes indivíduos.
A elevada prevalência de desvio nutricional na população idosa vem sendo demonstrada por meio de diferentes estudos, em vários países, onde a desnutrição, o sobrepeso e a obesidade predominam em relação aos indivíduos eutróficos.
Certas características, inerentes ao processo do envelhecimento, determinam peculiaridades na dieta do idoso, dentre elas:


Dentição: geralmente, as pessoas nesta fase da vida já não têm todos os dentes, e as próteses, muitas vezes, são defeituosas ou inadaptadas, dificultando a mastigação. Por isso, o indivíduo limita a sua dieta a alimentos de consistência branda, o que determina automaticamente a eliminação de substâncias importantes, como carne, algumas frutas e verduras.

Hábitos alimentares: constituem um dos maiores obstáculos às dietas adequadas, uma vez que o padrão, dietético do idoso já está bem estabelecido, sendo difícil modificá-lo.

Situação social e econômica: às vezes, o idoso vive só e não tem meios para preparar e guardar os alimentos devidamente. Daí a procura de produtos mais baratos, enlatados, etc., além da falta de incentivo para refeições organizadas, por causa da solidão.

Fatores fisiológicos: com o avançar da idade, diminuem a sensibilidade gustativa e olfativa e, consequentemente é reduzido o prazer de comer. Em geral, também diminuem as secreções de ácido clorídrico e das enzimas digestivas, assim como o volume total de secreções do sistema digestivo, dificultando a digestão e a absorção para muitos idosos. O indivíduo pode ser apresentar constipação pela falta ou consumo reduzido de frutas, verduras e legumes, pela diminuição de sua atividade física e pela conseqüente atonia muscular.

Composição corporal: perda de peso e declínio da massa corporal magra levam a necessidades diminuídas de calorias. Essa perda ou redução pode ser reversível com a prática de atividades físicas.

Recomendações Nutricionais

O desafio do profissional nutricionista consiste em atender às recomendações nutricionais em função das alterações biopsicossociais do envelhecimento e às características das doenças do idoso, além de preservar o prazer inerente à alimentação.
Cada adulto idoso tem necessidades únicas, de modo que as recomendações dietéticas devem ser individualizadas.

Energia

As necessidades de energia geralmente diminuem com a idade em função das alterações na composição corporal, a diminuição na taxa metabólica basal e a redução na atividade física. O valor calórico da alimentação do idoso deve ser suficiente para manter seu vigor e sua atividade, sem que provoque o aumento ou a redução de seu peso corporal. O Comitê Especializado sobre Necessidade de Energia e Proteína da FAO/OMS recomenda que as necessidades de energia diminuam em 10% no valor calórico dos 60 aos 69 anos. Para os idosos de 70 anos ou mais sugere-se outra redução de 10% (WHO, 2003).

Proteína

Conforme as pessoas envelhecem e experimentam perda de massa magra, as reservas de proteína no músculo esquelético podem ser inadequadas para atender às necessidades para síntese de proteína, tornando a ingestão protéica dietética mais importante.
As recomendações do NCR/RDA (1989) sugerem uma ingestão apropriada de 0,8 g de proteína de alto valor biológico por Kg/peso/dia, para idosos saudáveis. Esse valor expresso em
percentual calórico do nutriente na alimentação deve alcançar cerda de 12 a 15% do VET.

Carboidratos

São necessários para proteger a proteína de ser utilizada como uma fonte de energia. Devem corresponder a aproximadamente 55 a 75% do VET ingerido pelo idoso (WHO, 2002). Os carboidratos complexos devem prevalecer na dieta, limitando-se o consumo de carboidratos simples a valores menores de 10% do VET.
O Institute of Medicine/Food and Nutrition Board (2002) preconiza o valor de 130g/dia para homens e mulheres nessa faixa etária.

Fibras

São importantes na alimentação do idoso pelo fato de amenizarem o quadro de constipação, de grande prevalência na população idosa. Destaca-se a importância do consumo simultâneo de líquidos para que as fibras possam exercer suas funções. Recomenda-se 30g/dia para homens e mulheres nessa faixa etária (RDA, 1989).

Lipídios

Os lipídios devem contribuir com cerca de 15 a 30% do VET, atentando-se para que os ácidos graxos saturados não superem 10% do VET, os poliinsaturados estejam entre 3 a 7% do VET e o colesterol dietético menor que 300mg/dia (OMS, 1990).

Cálcio

O consumo elevado de cálcio, exclusivamente, não previne a perda de massa óssea. Porém, dietas adequadas em cálcio, entre outros minerais, bem como a adoção de melhores hábitos e estilos de vida, são fundamentais na prevenção da osteoporose.

Zinco

A deficiência de zinco é comum em idosos, podendo reduzir o apetite, levando a baixa ingestão de alimentos e consequentemente agravo do estado de carência de zinco. Muitas medicações interferem na absorção ou no uso de zinco pelo organismo, e geralmente pessoas idosas fazem uso de vários medicamentos, comprometendo a biodisponibilidade deste nutriente. Daí a importância do consumo de alimentos fontes deste mineral, como carne, ovos, peixes, aves, cereais e leguminosas.

Água

A desidratação é um dos maiores riscos para os idosos que podem não observar ou não dar atenção à sua sede. Com a idade, o mecanismo da sede pode tornar-se impreciso e os idosos podem passar longos períodos sem beber água. Recomenda-se a ingestão de 6 a 8 copos de água por dia.

Plano alimentar

Os princípios gerais para o planejamento dietético do idoso são basicamente iguais aos de um adulto jovem, porém podem ser necessárias modificações de acordo com as características próprias do envelhecimento de cada indivíduo. Portanto, devemos considera que:

* O alimento deve ser nutritivo, saboroso e agradável de comer.
* As refeições devem ser divididas em 5 ou 6 refeições/dia, devem ser pouco volumosas, com consistência de acordo com a dentição do idoso, e compostas de um número variado de todos os grupos alimentares.
* A alimentação do idoso deve ser saborosa e de fácil digestão.
* As restrições em função de possíveis doenças que acometem o idoso devem ser observadas no planejamento de sua alimentação.

Portanto, uma alimentação saudável e equilibrada, associada à prática de atividade física regular, deve ser incentivada para que o indivíduo possa ter um processo de envelhecimento com melhor qualidade de vida.

Alimentação para Adultos

A nutrição na idade adulta enfatiza a importância da dieta na manutenção do bem-estar e prevenção de doenças.
O papel da nutrição expandiu-se significativamente e agora é visto como uma ferramenta que pode ser utilizada não apenas para impedir doenças, mas para promover saúde.
A faixa etária adulta é a faixa em que se completa o crescimento físico.
Atualmente, atenção especial deve ser dada à transição nutricional que o Brasil vem passando nas últimas décadas, na qual se destaca o aumento da obesidade, possivelmente ligada a uma alimentação rica em gorduras (particularmente as de origem animal), açúcar e alimentos refinados, e reduzida em carboidratos complexos e fibras.
Com o aumento da obesidade, verifica-se o aumento das doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer).
De um modo geral, a grande preocupação que se deve ter com a alimentação do adulto é que esta deve estar voltada para a manutenção de seu peso ideal, prevenindo, assim, as DCNT e propiciando-lhe uma melhor qualidade de vida.
As causas dos desvios alimentares nos adultos são geralmente de ordem econômica, dificuldade de providenciar alimentação, falta de atividade física, excesso de trabalho, maus hábitos alimentares, dentre outras.

Proteínas

Quanto à recomendação na idade adulta, quando já cessou o crescimento, o indivíduo precisa de proteínas apenas para manutenção.
Recomenda-se calcular também o NDPCal% (Net Dietary Protein Calorie Percent), que significa a contribuição energética da proteína totalmente utilizável. Segundo a FAO/OMS (2003), esse valor deve ser de 6 a 10%.


Carboidratos

O principal papel dos carboidratos na dieta é prover energia para as células, especialmente às do cérebro.
Atenção maior deve ser dada ao excesso de carboidratos simples. Recomenda-se seguir as orientações da OMS (2003), sendo de 55% a 75% do VET (valor energético total).

Lipídios

Os lipídios fornecem energia ao organismo e são necessários para a absorção de vitaminas lipossolúveis e carotenóides.
O ideal é que o planejamento contenha o menor conteúdo possível de colesterol, ácidos graxos trans e gorduras saturadas, tendo em vista as correlações positivas da ingestão desses tipos de lipídios e o aumento do risco de doenças cardiovasculares.
Recomenda-se seguir as orientações da OMS (2003), sendo para lipídios de 15% a 30% do VET (valor energético total).

Fibras


O consumo de fibras na dieta tem impacto positivo sobre o peso corpóreo, a normalização das concentrações de lipídios sanguíneos, a redução dos índices glicêmicos, o aumento do bolo fecal, a melhora do trânsito intestinal, entre outras; no entanto, o excesso pode interferir no metabolismo e reduzir a biodisponibilidade de alguns minerais. Apesar dessas evidências, não foi estabelecido UL para fibra dietética.

Ao se elaborar um cardápio para um adulto, é preciso considerar:

· O hábito alimentar, que já está formado e não pode ser mudado bruscamente;
· A disponibilidade dos alimentos;
· O poder aquisitivo;
· O estilo de vida;
· O número de refeições;
· As necessidades nutricionais relativas ao seu estado de saúde.

Cuidados e orientações importantes com relação ao planejamento alimentar:

· Evitar o excesso de consumo calórico, já que se houver redução da atividade física poderá ocorrer aumento no peso corporal, podendo levar a obesidade.
· As refeições devem ter horários definidos e serem bem fracionadas (6 refeições diárias).
· Dar atenção ao aporte de vitaminas, minerais e fibras, através do consumo de frutas, verduras, legumes e leguminosas.
· Controlar o uso de sal e óleo nas preparações, evitando frituras.
· Estimular o consumo de 2 litros de água por dia.
· Orientar com relação ao consumo de estimulantes, tais como café, chá, e bebidas alcoólicas.

Alimentação para Adolescentes

Descrita como o período de transição entre a infância e a vida adulta, a adolescência caracteriza-se por um período de intensas transformações físicas, psíquicas e sociais.
Cronologicamente, a adolescência corresponde ao período de 10 a 19 anos, sendo dividido em duas fases: fase 1 de 10 a 14 anos, e fase 2 de 15 a 19 anos. A faixa etária entre 10 a 14 anos inclui o início das mudanças puberais, e o término da fase de crescimento e desenvolvimento ocorre no período de 15 a 19 anos. Esta fase caracteriza-se por um período de elevada demanda nutricional e por esse motivo, a nutrição desempenha papel fundamental no desenvolvimento do adolescente.
As modificações que ocorrem na composição corporal de adolescentes sofrem influências genéticas, ambientais, nutricionais, hormonais, sociais, culturais, e estão relacionadas com o aumento da massa corporal e desenvolvimento físico, compreendendo também a maturação dos órgãos e sistemas para a aquisição de capacidades novas e específicas.
A nutrição está envolvida diretamente com essas modificações, principalmente com relação às recomendações nutricionais e aos padrões alimentares adotados por esta população. As necessidades energéticas aumentam com o rápido crescimento, com a maior proporção de massa corporal magra, com a menor proporção de gordura no organismo, com o aumento da atividade física, com o desenvolvimento muscular e com a maturação esquelética.

Neste período da vida, vários fatores podem influenciar nas escolhas e hábitos alimentares, tais como:
· valores socioculturais;
· imagem corporal;
· convivências sociais;
· situação financeira familiar;
· alimentos consumidos fora de casa;
· aumento do consumo de alimentos industrializados;
· influência exercida pela mídia e;
· disponibilidade de alimentos.


A família é a primeira instituição que tem ação sobre os hábitos do indivíduo. É responsável pela compra e preparo dos alimentos em casa, transmitindo seus hábitos alimentares às crianças.
Os adolescentes tendem a viver o momento atual, não dando importância às conseqüências de seus hábitos alimentares, que podem ser prejudiciais.
Eles passam, gradativamente, maior tempo fora de casa, na escola e com os amigos, que também influenciam na escolha dos alimentos e estabelecem o que é socialmente aceito.

O comportamento alimentar do adolescente vincula-se fortemente aos padrões manifestados pelo grupo etário ao qual pertence, pela omissão de refeições, pelo consumo de alimentos de elevado conteúdo energético e pobre em nutrientes, pela ingestão precoce de bebidas alcoólicas e pelas tendências a restrições dietéticas. Esses comportamentos fazem parte do estilo de vida dos adolescentes, e podem contribuir para as alterações no estado nutricional.
As práticas alimentares inadequadas e o aumento do sedentarismo entre adolescentes estão relacionados ao incremento da prevalência de obesidade, que acompanha o processo de transição nutricional, constatado nas sociedades modernas de diversos países, inclusive no Brasil.
A ocorrência da obesidade na infância e adolescência é preocupante, devido à gravidade da manutenção dessa doença na vida adulta.
O estado nutricional exerce influência no desenvolvimento e crescimento dos adolescentes, o que torna importante uma avaliação nutricional mediante procedimentos e diagnósticos que possibilitem identificar a magnitude, o comportamento e os determinantes dos agravos nutricionais, bem como identificar os grupos de risco.
A avaliação precisa do consumo alimentar e estado nutricional de adolescentes desperta grande preocupação, pois a formação de hábitos alimentares inadequados pode ocasionar desequilíbrios nutricionais desfavoráveis ao bom funcionamento do organismo.

Recomendações Nutricionais
O estado nutricional na adolescência merece atenção por ser um período decisivo para a qualidade de vida na maioridade. Nessa fase de crescimento acelerado é importante um consumo energético adequado e atenção especial aos nutrientes que estão mais associados à construção dos tecidos corpóreos: proteínas, ferro, cálcio e vitaminas A e C.
Trata-se de um grupo vulnerável em decorrência da alta demanda de nutrientes, conseqüência do rápido crescimento e desenvolvimento.

Energia

A partir dos 10 anos, existem variações significativas entre os dois sexos, sendo que os indivíduos do sexo masculino ingerem, a cada idade, quantidades maiores de alimentos que fornecem maior quantidade de calorias do que os indivíduos do sexo feminino, devido às diferenças na idade de início da puberdade e aos padrões das atividades desenvolvidas.
As recomendações para esse grupo permitem grande variação, nas quais as quantidades de energia podem ser ajustadas individualmente, de acordo com o peso corporal e com a atividade física.

Proteínas

A necessidade é determinada de acordo com a quantidade necessária para a manutenção das funções normais do organismo e para a formação de novos tecidos que permitem o crescimento adequado. A ingestão insuficiente de proteína é identificada em adolescentes com condições socioeconômicas desfavoráveis ou naqueles que apresentam distúrbios comportamentais, como a anorexia.
As quantidades de proteína podem ser estimadas:utilizando-se a distribuição de 10% a 15% em relação ao valor energético total (VET) ou segundo as DRIs.


Cálcio

O crescimento do esqueleto necessita de um balanço de cálcio positivo até o pico de massa óssea ser alcançado. A mineralização óssea continua por alguns anos após o crescimento longitudinal ter cessado. O pico de massa óssea total está relacionado com o consumo de cálcio durante o período de mineralização óssea.
As últimas recomendações oficiais classificadas como AI (ingestão adequada) estimam um consumo de 1300 mg/dia de cálcio, para adolescentes de ambos os sexos.

Ferro

Para crianças e adolescentes o ferro é necessário não somente para manter as concentrações de hemoglobina, mas também para aumentar a quantidade total de ferro corporal durante o período de crescimento. O consumo dietético e a absorção do ferro devem ser suficientes para compensar as perdas normais (fezes, urina e menstrual nas meninas), além de prover o crescimento dos tecidos.

Vitamina A

Esta vitamina é importante para a visão, o crescimento, a diferenciação e proliferação celular, a reprodução e a integridade do sistema imune. A deficiência de vitamina A limita a utilização de ferro armazenado no fígado, diminuindo a utilização deste para a formação da hemoglobina.

Vitamina C

A vitamina C participa na formação do colágeno, interferindo na cicatrização, na formação dos dentes e na integridade dos capilares. Outro fator importante é que há aumento de absorção de ferro não-heme na presença de ácido ascórbico.

Orientações Dietéticas

Os hábitos alimentares dos adolescentes assemelham-se aos dos adultos e refletem o modelo imposto pela “vida moderna”, caracterizando-se por omissão de refeições, principalmente o desjejum, realização de refeições fora de casa, geralmente lanches e doces, e pela utilização freqüente de alimentos do tipo fast food e das dietas da moda.
Geralmente, os adolescentes possuem as informações sobre alimentação saudável; porém por diversos motivos, apresentam dificuldades em adotarem tais informações como prática diária.
O aconselhamento nutricional na adolescência não é uma tarefa fácil, tendo em vista que as mudanças biopsicossociais interferem no comportamento alimentar dos jovens. Antes da intervenção, recomenda-se uma análise global de sua alimentação e não somente analisar a presença ou a ausência de determinados tipos de alimentos, considerados saudáveis ou prejudiciais. O enfoque deve ser diferenciado entre os sexos (meninas e meninos têm interesses diferentes quanto a saúde e imagem corporal) e direcionado para melhorar a adequação dos hábitos alimentares presentes, mais do que sugerir mudanças radicais.

A educação alimentar dos adolescentes deve levar à conscientização da importância da alimentação saudável e oferecer alternativas apropriadas à idade, considerando alguns aspectos particulares desta fase:
· a prática alimentar do adolescente pode expressar contestação à família ou à sociedade;
· o adolescente pode começar ou deixar de comer determinados alimentos com a mesma facilidade e sem motivo aparente;
· a motivação para o consumo ou a rejeição de determinados alimentos pode ser resultado de vivências psicossociais positivas ou negativas.

Entre as principais orientações que devem ser fornecidas aos adolescentes incluem-se a promoção de um estilo de vida ativo e o estímulo à adoção de práticas alimentares saudáveis, promovendo maior consumo de frutas e hortaliças, restringindo a ingestão de alimentos de alta densidade energética ou pobres em nutrientes, e fornecendo as informações necessárias para que os próprios adolescentes sejam capazes de realizar escolhas alimentares saudáveis.


Alimentação para a fase escolar

O período escolar vai dos 7 anos ao início da adolescência. O crescimento durante os anos escolares é lento, porém constante, acompanhado de um aumento na ingestão alimentar.
É um período de equilíbrio, o ambiente não apresenta tantas novidades e continua o convívio com outras crianças.
Ocorre crescente maturação das habilidades motoras e ganho no crescimento cognitivo, social e emocional.
Há padrões alimentares e consumo de nutrientes comuns entre os escolares. Hábitos alimentares, gostos e aversões são estabelecidos, muitos dos quais formam a base para toda a vida. Nessa fase, a criança já tem mais interesse pelos alimentos e suas necessidades nutricionais são maiores. Além disso, ela gasta mais energia em suas atividades esportivas.
A escolha de alimentos é mais influenciada por fatores externos e menos pelos pais e familiares.
Os escolares são mais independentes e, se bem orientados, podem selecionar seus próprios alimentos, assim como determinar a quantidade que vão comer. É preciso atenção, pois eles têm mais acesso a refrigerantes, frituras e guloseimas que, quando ingeridos em excesso, podem levar ao aumento de peso.
O trato gastrintestinal já atingiu a capacidade digestiva comparável ao do adulto, portanto os escolares têm condições de receber alimentação semelhante à de toda família, com preparações mais elaboradas e requintadas.
O lanche escolar assume, nesta fase, grande importância. Devem-se estabelecer os dias da semana em que a criança vai comprar o lanche e os dias em que ela o levará de casa. De preferência, a criança deverá colaborar no preparo de seu lanche, para preservar bons hábitos alimentares, incluindo alimentos mais saudáveis.
É comprovado que, afastados os fatores de ordem psicológica, o rendimento escolar da criança é função direta de sua alimentação. Crianças desnutridas são indispostas, desatentas e agressivas. Aprendem mal, repetem a série escolar e acabam, muitas vezes, por abandonar a escola antes do término do curso.
A assistência e a educação alimentar são atividades sociais das mais eficientes para combater a desnutrição da criança, melhorar a sua saúde e o seu desenvolvimento, bem como promover direta e indiretamente a sua educação. Essas razões justificam a existência de órgãos públicos incumbidos da realização de programas de alimentação escolar.


Plano Alimentar

Quanto ao plano alimentar, a classificação de alimentos mencionada para o pré-escolar pode ser também aqui observada. Nesta fase, porém, há uma vantagem: o escolar é voraz e não apresenta a inapetência da idade anterior.
O horário da alimentação do escolar vai depender muito do tempo em que permanecer na escola. De qualquer maneira, não deverá receber menos de quatro refeições ao dia.
O lanche escolar assume, nesta fase, grande importância, podendo ser constituído de: uma fruta (fácil de descascar), um sanduíche com recheio predominantemente protéico e uma bebida nutritiva (água, leite ou suco de frutas). O acondicionamento do lanche é muito importante. Todo o cuidado para mantê-lo em ordem se faz necessário, pois a apresentação vai interferir no consumo. Quanto ao lanche a ser adquirido eventualmente, na cantina, deverá haver orientação para que a escolha seja adequada. Os problemas nutricionais mais freqüentes entre os escolares são: obesidade, baixo peso/incapacidade de desenvolvimento, anemia ferropriva e cáries dentárias.


Recomendações nutricionais

As proporções sugeridas de ingestão de energia são 50 a 60% de carboidrato, 25 a 35% de lipídio e 10 a 15% de proteína.
A recomendação é de cerca de 2000 Kcal/dia.
Com relação aos lipídios, cerca de 55 g/dia e proteínas 28g/dia.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Nutrição Enteral X Nutrição Parenteral

Nutrição Enteral
Consiste na infusão de uma dieta líquida administrada por meio de uma sonda colocada no estômago ou no intestino.
Pacientes com tracto gastrointestinal (TGI) íntegro ou parcialmente funcionante, com apetite diminuído a ponto de não ingerirem um mínimo de nutrientes necessários ou aqueles que se encontram impossibilitados de alimentar-se por via oral, devem receber NE.
Nos últimos anos, os contínuos avanços tecnológicos e nos conhecimentos da fisiopatologia gastrointestinal permitiram estender os benefícios da alimentação enteral a pacientes criticamente enfermos, com graves distúrbios do aparelho digestivo.
A nutrição enteral é vantajosa em relação à nutrição parenteral na medida em que mantém o fluxo sangüíneo mesentérico, e a flora intestinal mais equilibrada, ajuda na preservação da estrutura e função dos intestinos, do fígado e da imunidade, permite utilização mais eficiente dos nutrientes com menor risco de infecção e de complicações metabólicas, além de ter menor custo.
A NE geralmente não está indicada em pacientes com obstrução intestinal completa e o "íleo paralítico". Em pacientes com fístula intestinal proximal, a NE somente deve ser empregada se a extremidade da sonda estiver posicionada distal à fístula. Mesmo nessas condições, a NE poderá aumentar a quantidade de fluídos secretados no TGI (do estômago, pâncreas e bile), mantendo o pertuito da fístula.
A NE pode ser oferecida proximal ou distalmente ao piloro, por meio de sondas com sua ponta distal posicionada no estômago ou no duodeno, respectivamente. A sonda nasoentérica é um tubo de silicone ou poliuretano, com 104 a 115 cm de comprimento, de pequeno calibre, com as paredes finas e flexíveis.
Na ponta da sonda, existem orifícios por onde a dieta escoa, além de uma oliva de mercúrio ou tungstênio que funciona como um pequeno "peso", que facilita a passagem e posicionamento da SNE no TGI. As sondas nasoentéricas determinam pouca irritação gástrica e do trato digestivo superior, não atrapalham a deglutição, permitindo que o paciente possa comer e minimizam a probabilidade de aspiração.
Bem cuidada, a sonda nasoentérica pode ser utilizada por 6 meses ou mais.

Nutrição Parenteral

Alimentação dada através de uma veia.
A nutrição parenteral serve para complementar ou substituir completamente a alimentação oral (dada pela boca) ou enteral.
Uma pessoa que não pode, não consegue ou não deve alimentar-se utilizando seu aparelho digestivo necessita de uma outra maneira de alimentação que o mantenha com um estado nutricional adequado, pois o paciente desnutrido enfrenta muito mal as enfermidades e invariavelmente evolui para óbito quando não é revertida esta situação.
São exemplos desta necessidade:
recém-nascidos prematuros, cujo sistema digestivo não é capaz de processar (digerir) o leite de modo suficiente à sua necessidade
pacientes submetidos a cirurgias gastrintestinais de grande porte que complicam com fístulas (vazamentos).
pacientes com a sindrome do intestino curto.
A nutrição parenteral pode ser "Total" ou "Parcial", conforme a necessidade.

Como principal complicação, por tratar-se de uma solução altamente nutritiva, é a contaminação por bactérias e fungos que colonizam os frascos. Para evitar este problema técnicas de esterilização dos frascos e materiais, bem como uma técnica asséptica são necessárias.
O acesso venoso da nutrição perenteral total deve ser uma veia central para evitar a flebite, isto é, deve ser em uma veia calibrosa próximo ao coração para evitar uma reação inflamatória da veia, devido a concentração alta de glicose.


sexta-feira, 19 de junho de 2009

Introdução a Nutrição

Nutrição é a ciência que estuda as diversas etapas que um alimento sofre, desde a sua introdução no organismo (mastigação) até sua eliminação, também relacionando estes fatores à presença ou não de conseqüências maléficas ou benéficas. É nessa etapa que ocorre os processos de digestão, absorção, metabolismo e eliminação dos nutrientes. É um ato involuntário e ocorre apenas com a introdução do alimento no sistema digestório.

Alimentos são substâncias introduzidas no organismo visando promover o crescimento, a reparação dos tecidos, a produção de energia e o equilíbrio das diversas funções orgânicas. Estes são de origem animal, vegetal e mineral. São classificados de acordo com suas propriedades físicas e químicas e sobre sua forma de atuação no nosso organismo.

Nutrientes são substâncias químicas que compõem o alimento que é utilizado pelo organismo. São carboidratos, lipídeos, proteínas, vitaminas, minerais, fibra e água. Portanto, para se alimentar de forma a nutrir o organismo sem prejudicá-lo é preciso observar as leis da alimentação.


Leis da Alimentação

Lei da quantidade: a quantidade de alimentos deve ser suficiente para cobrir as exigências energéticas do organismo e manter em equilíbrio o seu balanço. As calorias ingeridas através dos alimentos devem ser suficientes para permitir o cumprimento das atividades de uma pessoa, bem como a manutenção da temperatura corporal. As diferentes atividades determinam as diferentes exigências calóricas.

Lei da qualidade: a composição do cardápio alimentar deve ser completo para fornecer ao organismo - que é uma unidade indivisível - todas as substâncias que o integram. O cardápio completo inclui todos os nutrientes que devem ser ingeridos diariamente.

Lei da harmonia: as quantidades dos diversos nutrientes que integram a alimentação devem guardar a relação de proporção entre si.

Lei da adequação: a finalidade da alimentação está subordinada à sua adequação ao organismo. Essa adequação está subordinada ao momento biológico da vida e, além disso, deve adequar-se aos hábitos individuais, à situação econômica social da pessoa e em relação ao seu sistema digestório e ao órgão ou sistemas alterados por alguma enfermidade.


Nutrientes

  • Macronutrientes: componentes da dieta fundamentais para o organismo em maior quantidade. São eles: Carboidratos, Proteínas e Lipídios.
  • Micronutrientes: componentes da dieta fundamentais para o organismo em pequena quantidade. São eles: Vitaminas e Minerais.

Macronutrientes

Carboidratos: São moléculas que desempenham uma ampla variedade de funções, entre elas: Fonte de energia, Reserva de energia, Estrutural, Matéria prima para a biossíntese de outras biomoléculas. O carboidrato é a única fonte de energia aceita pelo cérebro, importante para o funcionamento do coração e todo sistema nervoso. O corpo armazena carboidratos em três lugares: fígado, músculo (glicogênio) e sangue (glicose). Os carboidratos evitam que nossos músculos sejam digeridos para produção de energia. Podem ser classificados como:
  • Carboidrato Simples: constituídos de moléculas de glicose, sacarose são o açúcar branco, mascavo, mel, melado, doces compostos destes alimentos, a frutose (da fruta).
  • Carboidrato Complexos: compostos de moléculas de amido, são os pães, as massas, bolachas, arroz, polenta.


Carboidratos Simples

Carboidratos complexos

Proteínas: A principal função das proteínas no nosso organismo é sem dúvida a de constituir os nossos músculos e vísceras, uma vez que a maioria absoluta da proteína corporal está presente neles. A proteína muscular tem a função de executar a contração muscular, função primordial que possibilita movimentarmos. Outras funções de extrema importância são as proteínas que constituem os hormônios que regulam o funcionamento dos mais diversos órgãos do nosso corpo. Além disso, existem proteínas que têm o objetivo de defender o nosso corpo de agentes agressores - são os anticorpos. As enzimas que fazem o nosso organismo funcionar, metabolizando os alimentos em energia, reconstruindo a nossa massa corporal que está sempre em processo de degradação e reconstrução, são outros tipos importantes de proteínas. Por fim, existem proteínas que transportam substâncias no nosso sangue, como a hemoglobina, a albumina e as lipoproteinas HDL, LDL e VLDL, entre várias outras. São encontradas nas carnes vermelhas, frango, peixe, ovos, leite e derivados.

Lipídios: são compostos de ácidos graxos e são insolúveis em água. Suas funções são de proporcionar energia ao organismo, manter órgãos e nervos em posição e protegê-los contra choques e lesão traumática, também funcionam como isolante térmico, ou seja, mantém a temperatura do corpo. São encontrados nos óleos (soja, milho, açafrão, canola, etc), banha de porco, azeite de oliva, etc.


Micronutrientes

Vitaminas: As vitaminas são nutrientes importantes para o nosso organismo. São de extrema importância para o bom funcionamento do nosso organismo, principalmente, porque ajuda a evitar muitas doenças. Elas não são produzidas pelo organismo e, portanto, devem ser adquiridas através da ingestão de alimentos (frutas, verduras, legumes, carnes etc). A falta de vitaminas pode acarretar em diversas doenças (avitaminoses). Elas podem ser de dois tipos:

  • Hidrossolúveis que são: Vitamina C, B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9 e B12 (solúveis em água e absorvidas pelo intestino)
  • Lipossolúveis que são: Vitamina A, D, E e K(solúveis em gorduras e absorvidas pelo intestino com a ajuda dos sais biliares produzidos pelo fígado).

Hidrossolúveis

  • A vitamina C (ácido ascórbico) desempenha diversas funções metabólicas importantes, dentre as quais se destaca a atuação como antioxidante. Fontes: frutas cítricas, mamão papaya, morango, kiwi, melão, tomate, manga, vagem, brócolis, couve-flor, repolho.
  • A vitamina B1 (tiamina) é fundamental para o metabolismo dos carboidratos e a função neural. Fontes: carne de porco, presunto, castanhas e noz, aveia, laranja,amendoim, ervilhas.
  • A vitamina B2 (riboflavina) é essencial para o metabolismo dos carboidratos, aminoácidos e lipídios. Fontes: leite e ovos (na forma livre), fígado, amêndoa, soja, iogurte.
  • A vitamina B3 (niacina) é essencial para o metabolismo dos carboidratos, aminoácidos e lipídios. Fontes: carnes vermelhas, fígado, legumes, leite, ovos, peixes e milho.
  • A vitamina B5 (ácido pantotênico) é essencial para o metabolismo de ácidos graxos, proteínas e carboidratos.Fontes: fígado, cogumelos, milho, abacate, ovos, leite, vegetais.
  • A vitamina B6 (piridoxina) atua como coenzima para mais de 100 enzimas envolvidas no metabolismo de aminoácidos. Fontes: noz, brócolis, banana, couve-flor, tomate, espinafre, laranja e cenoura.
  • A vitamina B7 (biotina) atua como coenzima. Fontes: Fígado e rim de boi, gema de ovo, batata, banana, amendoim.
  • A vitamina B9 (ácido fólico ou folato) atua como coenzima em diversas reações no metabolismo de aminoácidos, sendo essencial para a maturação das hemácias. Fontes: brócolis, espinafre, ervilha, feijão, lentilha, laranja, fígado e gema de ovo.
  • A vitamina B12 (cianocobalamina) participa como coenzima em diversas reações e é essencial para a formação do sangue e para a função neurológica. Fontes: origem animal –laticínios, carnes, peixes e ovos.

Lipossolúveis

  • A vitamina A é essencial para a reprodução, a visão e a resposta imunológica. Fontes: Figado, Cenoura crua, Batata doce, Manga, Espinafre.
  • A vitamina D é indispensável para a homeostase do cálcio e do fósforo e para a diferenciação celular. Fontes: Óleos de peixe, Leite, Ostras, Ovo cozido, Visceras.
  • A vitamina E é um importante antioxidante e protege os fosfolipídios insaturados da membrana celular contra degeneração oxidativa. Fontes: Óleo de gérmen de trigo, Avelã, Óleo de girassol, Amendoim.
  • A vitamina K atua como coenzima na síntese de diversas proteínas envolvidas na coagulação do sangue e metabolismo ósseo. Fontes: Couve, Brócolis, Alface, Cenoura crua.

Minerais: As principais funções dos minerais estão ligadas à composição estrutural do corpo, participação sob forma iônica dos fluidos e líquidos intra e extracelular e como catalisadores enzimático e hormonal. Existem funções dos minerais que não são de um elemento em particular, mas podem ser desempenhadas por mais de um elemento ao mesmo tempo. Eles podem ser de dois tipos:

  • Macrominerais: Cálcio (Ca), Fósforo (P), Magnésio (Mg), Enxofre (S), Sódio (Na), Cloro (Cl) e Potássio (K).
  • Microminerais: Ferro (Fe), Cobre (Cu), Iodo (I), Manganês (Mn), Flúor (F), Cobalto (Co), Zinco (Zn), Molibdênio (Mb), selênio (Se), Cromo (Cr), níquel (Ni), Vanádio (Vn) r silício (Si).

Macrominerais

  • Cálcio: além de fundamental para a formação de ossos e dentes, o cálcio exerce diversas outras funções, como contração muscular, transmissão de impulsos nervosos e secreção glandular. Fontes: Leite e derivados, Vegetais de folhas verdes, Grãos integrais, Frutas secas, Ovos, Sardinha, Mariscos, Ostras, Salmão.
  • Fósforo: juntamente com o cálcio, além de desempenhar outras funções, participa da formação de ossos e dentes. Fontes: Leite e derivados, Carnes, Aves, Peixes, Ovos, Nozes, Leguminosas.
  • Magnésio: está presente em ossos, músculos, fluídos corpóreos e atua como cofator para mais de 300 sistemas enzimáticos. Fontes: Alimentos não processados, Grãos integrais, Nozes, Soja, Cacau, Frutos do mar, Feijões, Vegetais vegetais.
  • Enxofre: Constituinte dos aminoácidos cistina, cisteína e metioneina, presente na queratina da pele e pêlos, na insulina, atua nas reações de oxidação-redução. Fontes: Carnes, peixes, aves, ovos, leite, queijos,legumes, castanhas.
  • Sódio: O sódio é o principal componente do líquido extracelular e exerce ali a sua função osmótica. Além desta função, o sódio está também associado à regulação da atividade elétrica celular e com a resposta do sistema cardiovascular aos agentes vasopressores. Fontes: sal de cozinha, carnes bovinas e suínas, leite e derivados, batatas e grãos.
  • Cloro: O cloro regula o equilíbrio ácido-básico do sangue, além de ajudar na eliminação dos metabólitos do organismo, auxiliando o funcionamento do fígado. Não há uma dosagem pré-estabelecida para o cloro, porém se for ingerido diariamente, através do sal, o organismo não terá problemas de carência da substância. Fontes: Sal, Alga, Azeitonas.

Microminerais

  • Ferro: é componente de diversas proteínas, incluindo hemoglobina e enzimas. Fontes: Frutas (como a banana e a cereja), carne magra, fígado, ostras, mariscos, aves, peixe, feijão, ovos.
  • Cobre: é componente de diversas enzimas, as quais desempenham importantes funções no organismo. Fontes: ostras, fígado, rim, chocolate, nozes, leguminosas secas, cereais, frutas secas, aves e mariscos.
  • Iodo: componente essencial dos hormônios da tireóide (T3 e T4) envolvidos na regulação de diversas enzimas e processos metabólicos. Fontes: Água, frutos do mar, tais como moluscos bivalves, lagostas, ostras, sardinhas e outros peixes de água salgada.
  • Manganês: está envolvido na formação de ossos e no metabolismo de aminoácidos, lipídios e carboidratos. Fontes: grãos integrais, leguminosas, nozes e chás.
  • Flúor: importante papel na prevenção da cárie dental. Fontes: Água potável e os alimentos processados que foram preparados ou reconstituídos com água fluoretada.
  • Cobalto: constituinte da cianocobalamina (vitamina B12), essencial para a função normal de todas as células, particularmente as da medula óssea, sistema nervoso e gastrointestinal. Fontes: Fígado, rins, ostras, mariscos, aves, leite.
  • Zinco: atua como componente essencial de enzimas responsáveis pela manutenção da integridade estrutural de proteínas. Fontes: Carnes bovinas, peixes, aves, leite e derivados, ostras, mariscos, cereais, nozes e feijão.
  • Molibdênio: considerado um micronutriente essencial devido a sua atuação como cofator enzimático. Fontes: Leguminosas, grãos de cereais, vegetais de folha verde-escura, vísceras.
  • Selênio: juntamente com a vitaminas C e E e o betacaroteno, constitui um eficiente sistema antioxidante para o organismo. Fontes: Grãos, frutos do mar, carne bovina e carnes de aves.
  • Cromo: potencializa a ação da insulina. Fontes: Levedura de cerveja, carne vermelha, fígado, ovo, frango, ostra, gérmen de trigo, pimentão verde, maçã, banana, espinafre e manteiga.
  • Níquel: Tem funções biológicas no organismo e sua deficiência leva a alterações, no desenvolvimento do fígado, no crescimento, no comportamento/humor das pessoas, à redução da absorção de Ferro a nível intestinal como de outros minerais, como Zinco e o Cobre além de, alterar o metabolismo dos aminoácidos e dos hidratos de carbono Fontes: alho, ovos, feijão, , aminoácidos, pectina, ácido ascórbico (Vitamina C).
  • Vanádio: O vanádio é um elemento essencial em alguns organismos. Em humanos não está demonstrada a sua essencialidade, ainda que existam compostos de vanádio que imitam e potencializam a atividade da insulina. Fontes: Óleos vegetais (oliva, soja, milho e girassol, aveia, arroz, cenoura, repolho.
  • Silício: O silício no solo desloca o P fixado nos óxidos de Fe e Al, aumentando a disponibilidade deste. Em condições de alagamento reduz a toxidez de Fe e Mn comuns neste sistema por melhorar a estruturação dos aerênquimas das plantas adaptadas ao alagamento como o arroz. O silício propicia maior nodulação e conseqüentemente maior eficiência na fixação de nitrogênio atmosférico pela associação rizóbio-leguminosa. Ao mesmo tempo inibe a proliferação de nematóides e reduz o número de juvenis que são as formas patogênicas.

Fibra

O consumo de fibras na dieta tem impacto positivo sobre o peso corpóreo, a normalização das concentrações de lipídios sanguíneos, a redução dos índices glicêmicos, o aumento do bolo fecal, a melhora do trânsito intestinal, entre outras; no entanto, o excesso pode interferir no metabolismo e reduzir a biodisponibilidade de alguns minerais. Apesar dessas evidências, não foi estabelecido UL para fibra dietética.

Água

A água tem função de fazer o bom funcionamento do organismo; preservar as funções fisiológicas; transportar nutrientes e regular a temperatura corporal. O corpo humano é composto em aproximadamente 60 a 75% de água, por isso temos necessidade natural de bebermos em média 2 a 3 litros de Água por dia. Não é recomendável tomar água durante as refeições.

Frutas

São frutos de certas plantas com caracteristicas especiais, no qual tem um alto teor de vitaminas e minerais, tem cerca de 75 a 95% de água, 5 a 20% de glicídios, fibras solúvel e insolúvel, é pobre em proteínas e contém cerca de 0 a 35% de lipídios. Podem ser classificadas de acordo com o seu teor de glicídios.

Cereais

Cereais são as plantas cultivadas por seus frutos (do tipo cariopse) comestíveis, normalmente chamados grãos e são na maior parte gramíneas. Os cereais são produzidos em todo mundo em maiores quantidades do que qualquer outro tipo de produto e são os que mais fornecem calorias ao ser humano. Os tipos de cereais existentes são: arroz, aveia, centeio, cevada, milho, sorgo e trigo.

Leguminosas

Embora muitas pessoas acreditem que leguminosas são legumes, isto não é correto, na realidade, leguminosas são os grãos produzidos em vagens, são elas: feijões (preto, mulatinho, manteiga, carioca), grão-de-bico, ervilha, soja, lentilha, fava e tremoço

Hortaliças

As hortaliças são plantas ou partes de plantas que servem para o consumo humano. É um alimento rico em água, fibras, vitaminas, minerais, pigmentos e com baixa caloria, substâncias capazes de regular o organismo humano. Isto porque elas possuem uma boa densidade média de nutrientes quando comparado a outros grupos de alimentos, e podem nutrir sem sobrecarregar os nossos sistemas fisiológicos. Comparadas com as frutas, possuem menor teor de açucar e maior de amido. Podem se classificadas através do teor de glcídios (5 a 20% de glicídios) e parte botânica (Folhas, sementes, raízes e tuberculos, bulbos e flores, caules, frutos e parasitas).